A obra é um convite. Em vez da exaustão, o editor optou por um livro manejável em termos de conteúdos e de referências. Uma barra cronológica serve de suporte visual para a sucessão de acontecimentos históricos mundiais que se desenrolam ao longo da centena e meia de páginas que constituem o livro. Paralelo a este enquadramento, em cada par de páginas um artista assenta arraiais entre um texto que serve de aperitivo para outras leituras e uma fotografia a condizer. Sendo algumas propostas mais imediatas que outras, Robert Capa, Henri Cartier-Bresson, Sebastião Salgado, intui-se uma preocupação em conceber um espectro geográfico e temático o mais alargado possível com a inclusão de Malick Sidibé, Josef Koudelka ou Hiroshi Sugimato.
A perspectiva diacrónica oferecida durante a leitura contrasta com a enfâse dada no prefácio aos instrumentos tecnológicos emergentes na era industrial: o relógio e a máquina fotográfica. Em comum, a fixação do tempo e de certo modo uma fixação pelo tempo. Consequência desse (aparente para alguns) controlo (oportunidade para outros), estes aparelhos trazem consigo a enorme vantagem de mostrar os eventos naturais e sociais no seu próprio tempo, e não no tempo real a que estamos acostumados a vê-los. Armados deste poder resta-nos contemplá-los com toda o vagar que lhes concedermos. Ou guardá-los para mais tarde.
»» Peter Stepan
»» Prestel, 2008
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